Há cura para o Transtorno de Personalidade Borderline?

Oi pessoal!

Essa é uma pergunta que eu recebo muito por e-mail. E acho que todos nós já nos perguntamos isso. Não existe um consenso em relação a essa resposta. Talvez na psiquiatria sim, onde o consenso diz que não há cura. Mas, alguns especialistas já dizem que há recuperação. E essa recuperação pode ser entendida ou não como cura. Eu sinceramente não penso em “cura” e sim em ser uma pessoa feliz e para isso tenho trabalhado a minha auto-confiança, meu amor-próprio e o auto-controle das minhas emoções.

Me lembro que uma vez, buscando sobre “cura do TPB” na internet, encontrei um artigo de uma borderline em recupeção chamada A.J Mahari. Ela tem um site http://borderlinepersonality.ca/ com artigos, vídeos (excelentes), etc. A.J Mahari é hoje uma “Life Coach”, isto é, ela dá uma espécie de treinamento  para pessoas com TPB aprenderem a superar diversas questões que envolvem o transtorno. E ela não é a única. Esse tipo de treinamento, dado por borderlines em recuperação, está se tornando muito habitual nos EUA.  O artigo que encontrei da A.J há quase 1 ano atrás falava sobre essa “cura”. Que coloco aqui em parêntesis porque não tenho a pretensão de dar as respostas a ninguém, o mais importante é que cada um encontre a sua, ou melhor, as suas.

Eu gostei muito desse artigo e acho que é esse o caminho para a recuperação!

© Ms. A.J. Mahari – 23 de dezembro de 2000, com a data 25 de janeiro de 2004 e dezembro de 2

Existe uma cura para o Transtorno de Personalidade Borderline? TPB pode ser curado? A palavra “cura” é relevante?

Eu, recuperada do TPB há 14 anos digo que ele pode ser superado, com certeza. Eu estou curada, não é? Aprender a identificar suas escolhas e assumir a responsabilidade por elas é o caminho para “a cura”.

É uma cura, por assim dizer. Claro que você sabia que eu ia dizer isso né? Eu me recuperei do TPB. Isso não significa que eu estou “curada”? É apenas semântica? Existe uma diferença significativa na terminologia antes e após a recuperação?

Tenha em mente que eu sempre pensei que quando se trata de transtornos de personalidade e de doenças mentais, geralmente usamos os termos recuperado ou curados. Cura parece, para mim, ser mais aplicável a doenças físicas. Como tenho experiência e, como muitos profissionais acreditam, a psicoterapia pode alterar a biologia do nosso cérebro. O debate continua.

Eu sei que existe uma maneira de ficar melhor e deixar para trás o TPB. No entanto, eu não pensaria nisso como uma cura singular, mas sim uma série de milhares de curas. Com isto quero dizer que cabe a cada indivíduo para desfazer o relacional – dano emocional que é o grande responsável pela reação = mecanismos de defesa e rigidez cognitiva do TPB. Milhares de “curas”, porque o TPB é como um transtorno de camadas abrangendo muitas questões. Todas estas questão tem que ser adequadamente solucionados para que a pessoa se recupere.

Eu sei que isso não é agradável de ler quando você tem TPB, mas o transtorno é uma série de escolhas inadequadas, no geral. Aprender novas maneiras saudáveis de se relacionar com você e com os outros, novas formas saudáveis de pensar, perceber, agir, ser e sentir levará ao amadurecimento emocional necessário para deixar para trás o TBP.

Muitos não gostam quando eu falo de escolhas, mas quando somos jovens fazemos escolhas, escolhas subconscientes que se tornam padrões e hábitos. TBP é uma personalidade “desordenada.” Nós fazemos escolhas a todo momento. E em alguns momentos, ou, no caso do TPB, talvez, grande parte desse tempo, não estamos mesmo cientes de todas as escolhas que estamos fazendo. Por exemplo, você pode sentir raiva de alguém por alguma coisa. Se você pensar só em si mesmo, ou nos seus sentimentos de raiva, o que você vai perder é o fato de que o estar zangado com alguém é uma escolha. É uma escolha que dói mais em você do que jamais doeria na  pessoa de quem você está com raiva. Se você não sabe que o seu comportamento ou atitude em relação a alguém é uma escolha, você definitivamente precisa de mais autoconsciência.

No meu processo de recuperação eu não pensava em ser ou ficar curada. Pensei em ficar melhor, me sentir melhor, trabalhando a minha dor e aprendendo a me relacionar com os outros de uma forma condizente com a minha idade e consistente. Eu tive que trabalhar no processo de recuperação e deixar para trás a dor de uma criança, a fim de “crescer”. Se você segurar a dor do seu filho (interno – você) e não curá-lo, ele irá retê-lo e mantê-lo preso no padrão de comportamento do TBP.

Recuperar-se do TPB é um processo longo de questões a desembaraçar, de idéias distorcidas, pensamentos, reações e percepções errôneas. É uma questão de escolhas que foram feitas em uma idade muito jovem como resultado da dor sentida, das necessidades não satisfeitas, das ameaças  físicos e / ou emocionais ou trauma. É preciso aprender a compreender como você faz escolhas, e isso irá permitir-lhe em seguida, tomar a responsabilidade para si, suas escolhas e suas ações não importando qual o motivo que você percebe como a causa deles. Esta é a pedra fundamental para a cura do TPB, simplesmente – RESPONSABILIDADE PESSOAL.

É só estando hoje do outro lado do TPB, que eu posso honestamente compreender quão ilógico meus pensamentos e percepções foram. O outro aspecto do TPB que muitos não trabalham é o medo. Muitos com TPB vivem suas vidas dentro e fora do medo. Reações automáticas ao medo sempre produzem reações aparentemente ilógicas.

Minha sugestão seria a de pensar no que você (que significa qualquer pessoa que está lendo, e não alguém especificamente) pode fazer para se sentir e ser melhor. O que você pode fazer para lamentar o que dói? O que você pode fazer para aprender a se relacionar com você mesmo e com os outros? Fique de olho nas mudanças pequenas. Dê-se crédito e esteja determinado a melhorar. Focalizar em uma “cura” pode ser uma maneira eficaz de manter-se preso e / ou sentir que é tudo demasiado. Tomando uma questão de cada vez e trabalhar duro para isso em sua vida e na terapia, sempre trabalhando para melhorar a sua auto-consciência é a maneira de dar um passo de cada vez no processo de cura

Recuperar-se do TPB (ou não) é uma escolha. Para a maioria dos limítrofes, a questão que precisa ser trabalhada são numerosas, entrelaçadas e interconectadas. Este problema pode não ter todos a mesma causa. Portanto a melhor maneira de se curar do TPB é adaptar-se a uma abordagem eclética. Encontre o que funciona para você, o que tem significado para você e permita-se continuar a desafiar a sua dor e percepções.

TBP não pode ser curado com uma pílula. TBP não pode ser curado pela terapia sozinha. TBP é superar ou se render aos acontecimentos em seu passado, é quando a pessoa amadurece emocionalmente ao ponto de encontrar as suas próprias necessidades, tendo o cuidado de si mesmo, possuindo a responsabilidade pessoal e finalmente ser capaz de nutrir e acalmar a si mesmo.

A cura para o TPB não é uma ilusão como você pôde ter pensado. Ela está dentro do “eu”que você precisa encontrar, conhecer e com quem você precisa ter uma boa relação.

Conhecer a si mesmo como um ser separado que esteja ligado a outras pessoas, como uma parte do todo, não como o centro do universo e não de forma  co-dependente é também uma grande parte do que significa ser recuperado do TPB.

Não espere por alguém para curá-lo, para tornar a sua vida, seus problemas, seu mundo melhor – as respostas que você precisa estão dentro de você. Trabalhe com seu terapeuta, mas entendendo que, enquanto outros podem ajudar você, é você que está no comando de sua própria recuperação.

© Ms. A.J. Mahari – 23 de dezembro de 2000, com a data 25 de janeiro de 2004 e dezembro de 2

Vamos lá gente! Muita força e determinação!!!

Um abraço apertado em todos vocês, que são mais que especiais =)

27 respostas em “Há cura para o Transtorno de Personalidade Borderline?

  1. Bruna, é isso aí…a “cura” está dentro de nós.
    Acho que o maior desafio do border, e que está ligado ao processo de recuperação , é conseguir tomar responsabilidades para si. É estar no controle de sua própria vida, ser responsável.
    Para mim isso sempre é muito dificil…quando vejo que preciso assumir a responsabilidade de alguma coisa, tenho uma recaída ou um “surto”… mas a chave está exatamente aí: conseguir ser responsável.
    E é claro que não é só isso…mas já é um bom passo.
    Beijos e publique mais coisas.

  2. Confesso que fico aterrorizada quando olho para dentro de mim e me deparo com todas as minhas distorções, com tudo o que eu preciso trabalhar. É muita coisa! E é tudo tão confuso… nunca sei por onde começar.

    Mas o jeito é seguir em frente, né. Não tem outro…

  3. Bruna, blog está ótimo ! Acompanho o canal, e acho que ajuda bastante quem tem o transtorno.
    Gostaria que você fizesse um aquele vídeo onde você falaria das diferenças entre o paciente TPB e o TAB
    Fui diagnosticada com TAB embora TPB ainda seja uma hipótese diagnóstica. Enfim seria legal abordar o assunto.
    Beeijos

  4. Oi meu nome é Deise, e a 2 anos descobri que tenho a personalidade Borderline, de lá pra ca li tudo sobre mas cada coisa que eu ficava sabendo eu me decepcionava mais, fica mal, nesses ultimos anos fiquei internada 3 vezes em hospital psiquiátrico, hoje estou com 20 anos e com 6 tentativas de suicidio, mas agora tudo esta bem tenho um relacionamento estou noiva, mas as vezes ainda fico mal mas agora não consigo enxergar os motivos, pq tudo esta bem agora! e por muitas vezes penso que não serei forte em controlar meu impulsos tenho muito medo. e parabéns seu blog é ótimo! beijos

  5. Meu psiquiatra não queria dizer o que eu tenho, nem pra minha psicóloga, mas tive que pedi um laudo para tentar um Riocard para poder ir ao tratamento sem ter que pagar passagem, o que me ajudaria muito… aí ele escreveu que tenho TPB, e fiquei na dúvida se é verdade mesmo, porque ele não disse logo, era isso mesmo que eu pensava ter depois de vários laudos e terapias… agora to temporariamente sem psicóloga e me sinto só, e ela disse que eu tinha muitas características de boderline mas não o suficiente pra fechar um laudo sozinha, e que o psiquiatra não comentou nada com ela, e agora não sei se tenho ou não, 1º recebi 4 diagnósticos de toc, e depois houve toda essa confusão, eu só queria saber o que realmente eu tenho…

  6. Este artigo parece discurso de programa motivacional americano.
    Você pode, você consegue e bla, bla, bla. Pra mim a autora deste artigo é uma sensacionalista de má-fé que implicitamente diz aos borderlines: Esqueça seus traumas e reaja!
    Um texto muito simplista que atende a casos simples, de fácil manejo.

  7. Olá Bruna, meu nome é henry farias, sou estudante de jornalismo; Estou fazendo uma pesquisa sobre transtorno borderline, por favor me fale um pouco sobre isso. O que é, e como se dá, quais são os sintomas, e o que isso representa.
    Gostaria de ter seu contato.Henry.

  8. Jessmad, bem lembrado. A Bruna disse lá no comecinho que ia fazer um vídeo TPB x TAB. Eu fui diagnosticada como borderline desde meus 17 anos, mas minha psiquiatra atual acredita ser TAB (eu, minha família, meus terapeutas e meus médicos anteriores todos discordamos, mas deixamos isso para lá pq 1) é essa psiquiatra q arranjou uma medicação que faz alguma diferença significativa e 2) é só um nome, que diferença faz no que eu sinto?)

    Anna Gabriela, dos meus 17 aos meus 22 anos, meus terapeutas e psiquiatras me diagnosticaram TPB e informaram minha mãe. Porém, se recusavam a me dizer e pediam que minha mãe fizesse o mesmo. Eu já tinha a desconfiança de TPB (cursei 3 anos de psicologia, foquei meu curso todo em psicopatologia – em especial em TPB, auto-mutilação, suicídio e transtorno alimentar, pq é o que eu tenho), daí um dia eu pressionei minha mãe das oito da manhã até umas 4 horas da tarde, sem falar de outro assunto, até que ela, de saco cheio, gritou “é tpb mesmo, porra!”. quando questionei meu psiquiatra pq ele se recusava a falar que era TPB ele disse uma coisa que eu ainda não sei se era sábia ou se era a maior merda que já ouvi: “Se vc soubesse que era TPB vc correria para internet e veria os sintomas. Coisas que vc nem faz agora, só por serem sintomas, vc vai começar a fazer.” Ok, nossa falta de uma identidade e tal. corremos o risco de criar uma identidade como “doente”. Porém, mesmo por saber que sou border e ler todo tipo de besteira sobre border por aí, não saí transando com um monte de gente, sendo manipuladora, nem mesmo sentindo mais vazio do que eu já sentia antes.

    Liana Castro, meu caso está longe de ser de fácil manejo. Eu destruí tudo o que eu tinha. Tudo mesmo. Perdi 5 cursos em faculdade de alto renome pública. Quase fui aposentada por tpb no meu emprego público (esse eu ainda corro o risco de perder, no caso de mais uma recaída – me encontro afastada do trabalho agora por conta do tpb, com a possibilidade de ser aposentada a qualquer momento), namoros e amigos é até piada dizer que perdi. Meu corpo é coberto de cicatrizes de até 1cm de grossura, tão fundos foram os cortes. Processos por agressão. Internações diversas. Relações totalmente cortadas com a família inteira (mãe e pai inclusos). Tentativas de suicídio incontáveis, deixando meu corpo debilitado (tive perda nos rins e fígado e quase cortaram meu intestino fora). vício em cocaína (superado, limpa há 4 anos). Mesmo assim, o que eu li foi muito proveitoso e eu pude refletir qual seria meu próximo passo. Talvez, se vc se forçar a ver com bons olhos, seja proveitoso para vc também. Melhorar do border, como a Bruna já disse uma vez, não é receita de bolo. O que é ouro pra mim pode ser lixo pra vc e vice-versa. Só toma muito cuidado para ver se vc não está desdenhando de qualquer coisa num possível auto-boicote à melhora.

    henry, seu quiser conversar sobre o tema, meu contato é tais.albina@gmail.com. Estou sendo oferecida assim pq na mídia há muito preconceito sobre o borderline e eu gostaria de contribuir para desmistificar ou melhor dizendo QUEBRAR O SILÊNCIO.

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    Sobre o post. Quando eu era uma mocinha no meu segundo ano de psicologia na UnB, eu aprendi algo que era mais ou menos isso: Imagine uma linha assim:

    autismo psicose perversão neurose

    a “normalidade”, nesse conceito podendo ser definida como “maior contato com a realidade”, ficaria pra lá da neurose.
    ninguém é um ponto fixo nessa linha. mudamos de lugar o tempo todo.

    Na época que eu trabalhava com essa teoria (acho que o profissional que inventou essa linha se chamava Zimmermann) eu atendia sobreviventes de tentativas de suicídio que estavam novamente com ideação. Quando o sujeito falava que a culpa era dos outros, se colocava na posição de vítima, esperava a salvação dos outros etc a gente entendia que ele estava num lugar entre a psicose e a perversão. Daí usávamos uma técnica que era chamada de “neurotização”, que consistia em puxar a responsabilidade dos fatos para a pessoa. Isso salvou um número significativos de sujeitos de uma nova tentativa de suicídio.

    Os termos usados “perversão” “neurose” “psicose” “autismo” eu acho muito radicais e imprecisos. Mas a idéia como um todo me parece bem válida.

  9. Gente e quanto ao comportamento sexual promisquo? Vocês tem? Eu tô namorando, e quando ele viaja saio com outros homens, pra não ficar só, mas eu o amo… Tenho todods os sintomas mas esse é o que mais me encomoda…vcs também tem?

    • boas ações verdadeiras não esperam do outro uma retribuição, apenas são realizadas porque acreditaos nelas… sei que isto exige um nível de maturidade grande, mas temos que perseguir a maturidade, senão não faz sentido todo o sofrimento da vida que temos.’Trta-se de um esfoço consciente para evoluir.

  10. Gente, a própria Marsha Linehan, a professora que desenvolveu um sistema muito eficaz de tratamento de borderline, principalmente os casos mais graves de auto-lesão e pensamentos suicidas, declarou recentemente que ela mesma já foi borderline – portanto, é totalmente possivel sim, com terapia, suporte e, em muitos casos, os medicamentos adequados (claro que a questão é – achar a terapia adequada, depois de finalmente receber um diagnóstico correto, ter condicoes de seguir com a terapia, acertar nos medicamentos, e ter a persistência de buscar melhoras) chegar a um ponto em que as vulnerabilidades borderline nao mais prejudicam e tolhem a sua vida, suas escolhas e seus relacionamentos. Muitos dos comportamentos borderline sao gerados por alteracoes neurobiologicas, é importante que o terapeuta/psicanalista/psiquiatra tenha conhecimento disso e esteja atualizado em seus estudos. Um livro excelente, que ainda nao foi traduzido, é o Buddha and the Borderline, por Kiera van Gelder, contando a trajetória dela. E Taís, concordo plenamente que é necessário trazer a público maiores conhecimentos sobre o transtorno borderline, para disseminar mais compaixão e criar a demanda por um atendimento mais eficaz. Foi com essa intenção que escrevi dois livros – um para familiares de Borderline, outro para pessoas com sintomas borderline, Sensibilidade à Flor da Pele, e Alta Sensibilidade Emocional, respectivamente. Muito sofrimento poderia e deveria ser atenuado. Abraços H

  11. oi.
    Foi-me diagnosticado tpb, há cerca de umas semanas.
    Na altura, chamaram-lhe distúrbio situação-limite de personalidade.
    Perguntei à psicóloga se era muito grave e ela não me quis dizer. Resultado: talvez devido à insegurança e desconfiança que a resposta vaga dela me causou, pesquisei na wikipédia. Encontrei um texto assustador, que descrevia todos os meus comportamentos estranhos como doentios.Como se fosse um monstro psicótico ou algo de semelhante e tudo ao pormenor.
    Curiosamente, sinto ou tenho a sensação de que saber que esta coisa (chamemos-lhe assim) é real me deixou pior. Desconfio do que penso, do que sinto e tenho literalmente medo de abrir a boca, porque sei que a minha avaliação da situação pode ser a errada ou tenho medo de ser agressiva ou desadequada com as pessoas. Isto é muito confuso porque antes podia conseguir andar para a frente e agora parece que ainda me é mais difícil tomar decisões, assumir responsabilidades ou mesmo manter uma conversa. Não quero magoar as pessoas ou melhor, magoá-las mais. Não as quero desiludir mais nem empatar. Tenho a sensação de que fui mais injusta com as pessoas do que elas mereciam e não as consigo encarar. Desconfio que não estou no último grau mas isto afecta a forma como se expresso, me relaciono e trabalho. Não falei com ninguém, só com a psicóloga e porque me mandaram para a psicóloga. Disse a uma pessoa que tinha uma doença, incontrolável, por desviar a cara sem motivo aparente.
    A minha mãe diz que estou a perder o meu tempo no psicólogo e eu nem sei se isto é questão de psicologia ou psiquiatria porque já me acusaram de ser louca. Estou assustada e procurei na internet porque queria saber se isto teria cura ou não. E se vale a pena perder tempo da minha vida com algo que estava só na minha cabeça. Depois desta introdução, e pedindo desculpa por ocupar abusivamente o espaço, uma pergunta: isto é um problema psicológico ou psiquiátrico? É positivo ou negativo contar isto às pessoas de quem gostamos? Ou pode voltar-se contra nós?

    • Muito obrigada pela pronta resposta.
      Pois a internet descreve-nos como monstros! Fiquei assustada. Só contei a uma pessoa, por sms e ela nem me respondeu. E só disse tenho um distúrbio porque não a consegui encarar! Virei-lhe a cara quando me ia tirar uma fotografia. Pior nem consegui sorrir para a câmara! Expliquei que era incontrolável e que me tornava intratável, besta e, por outro lado, afectava a profissão.
      Acho que antes de saber isto, quando estava convencida de que tinha uma espécie de depressão crónica, era mais fácil. Conseguia rir, brincar e parecer super feliz. Mas sei, por experiência, que há coisas que destroem a esperança e roubam o sorriso… E torna-se impossível manter a máscara. Tenho de iniciar terapia mas já li tanta coisa e tenho tantos afazeres profissionais que acabo por encarar, eu própria, isto como uma frescura… Ataca-me se paro de trabalhar…Ou seja, às vezes penso se não seria melhor viver na ignorância… E ir vivendo. O que queria era saber se é melhor ou pior para todos ocultar ou não… É que, na verdade, mesmo não falando, continuo a ouvir coisas como sou bruta, não respeito os outros, sou mimada, fresca, acho -me melhor que os outros etc…
      Muito obrigada pela paciência de ler isto…Eu gosto muito das pessoas demais..
      Mas acho que não sei gostar verdadeiramente!

  12. Sou border a 9 anos e as vezes parece que nunca irei melhorar. Tem dias que eu consigo sair de uma situação mesmo sofrendo muito.. logo depois eu acabo entrando novamente em situações do mesmo. é como um vicio sei lá. Não consigo pereber que estou prejudicando as pessoas que amo. Penso em mudar esse meu lado só não sei como fazer. Antes de conhcer esse blog eu li muito sobre isso no wikipédia tem bastante informação lá sobre esse transtorno que me deixo assustado de saber que sou muito do que está escrito la. Não quero mais machucar as pessoas que amo, sei que tenho essa doença mais tem dias que não me importo com isso. Eu cheguei a ir em um psicólogo uma vez e não deu muito certo ainda mais que era uma sessão em grupo o que me deixo extremamente nervoso e irritado.

    Penso que nunca vou conseguir me relacionar com alguém por muito tempo e que seja verdadeiro. Já tive um caso com uma pessoa mais eu não me importava com ela e eu era muito ciumento queria atenção somente para mim e mais ninguém o que foi péssimo. Prefiro criar uma outra pessoa e ser essa pessoa do que ser eu mesmo, me sinto bem com isso mais as pessoas ao meu redor elas estão sendo prejudicadas o tempo todo e isso me conforta. Eu sou egoista mesmo, eu assumo isso. Mas no fundo não to nem aí.

    Isso que escrevi aqui não é nem 1% do que sou e sinto, mas é o suficiente para as pessoas me odiarem e pensarem algo de ruim de mim. Será que um dia eu vou mudar e ser eu mesmo ou será que vou viver nesse pesadelo por resto de minha vida. Eu nem sei.

    • descubri que sou border á 1 semana estou em panico nao sei que fazer da minha vida … estou em panico, estou medicada mas inda a tentar mentalizar me

  13. Gostei de ler este artigo que para mim foi importante. Esto a ser seguida num hospital pasiquiatrico e o meu medico pasiquiatra diz que sou doente com personalidade borderline. ha anos que tomo 8 medicamnetos por dia; na ultima consulta que tive ha cerca de 3 semanas mudou-me os medicamentos para dormir so que com doses muito elevadas. Senti-me muito mal e o meu corpo apareceu cheio de manchas. Recorri ao hospital de S. João do porto psiquiatria e fui atendida; o medico ficou abismado com os medicamentos que eu tomava e disse k eu era alergic aos medicmantos que o medico me tinha receitado. Perguntou-me se eu sabia o ue era personalidade borderline? eu disse deve ser um disturbio de personalidade; ele disse a senhora tem a certeza que tem esta doença? eu mostrei-lhe uma declaração medica do meu mdico a atestar que sou doente com personalidade borderline. Ele voltou a perguntar o mesmo. Eu disse Sr Dr. aos anos que sempre o meu medico me disse isto. ele respondeu então fique com a sua que eu fico com a minha. e alterou-me a medicação.
    YTenho traumas de infancia, pois fui criada com os meus avos maternos desde os 15 dias; a minha mãe e filha unica e eu tambem; a minha mãe tinha ciumes de mim que era uma loucura; batia-me constantemente cada vez que me iam visitar. Lembro-me como se fosse hoje um dia fui a casa dos meus pais e pisei o tapete do meu quarto a minha mãe foi buscar uma faca e dizia que me queria matar; eu andava a volta da mesa da sala que´era oval a mmiha avó a tentar agarrá-la e a miha tia irma do meu pai so me disseram foge ja para a rua.
    Recodo-me de quando as vezes ia dormir a casa dos meus pais eu dormia debaixo da cama com medo da minha mãe vir-me fazer mal.
    A minha querida avó ja morreu ha 22 anos e nunca consegui fazer o luto dela ainda hoje falo com ela e choro muito pois sinto a falta do carinho, compreensão, aquele colo, aquele amor daquela MÃE grande que ela foi para mim.
    Sempre pedi ao meu medico que precisava de um psicologo para e ajudar dizia sempre que eu tenho um bom ambiente familiar e não precisava.
    Então decidi escrever uma carta ao director do hospital de psiquiatria. mandou-me ligar para ele e compreendeu a situação e depois passou a chamada para o meu medico para antecipar a consulta, pois eu dizia que queria mudar de medico.
    Pergunto será que o medico do hospital tem razão e tudo o que tenho tem a havder com o meu passado?

  14. os medicos dizem que sou bipolar minha medica disse q nao sou bipolar disse que tenho bordeline mas eu acho que nao tenho nada ate tentei me cortar mas foi uma vez so e nao tenho vontade de me matar e nen incomodo os outros e tb nao tenho troca de humor preciso de uma resposta

  15. LINDAS palavras Bruna! Na parte em que você fala: “TBP não pode ser curado com uma pílula. TBP não pode ser curado pela terapia sozinha…. é quando a pessoa amadurece emocionalmente ao ponto de encontrar as suas próprias necessidades… e finalmente ser capaz de nutrir e acalmar a si mesmo.” Muito legal como você consegue colocar isso em palavras. Só tenho a te agradecer viu! Tudo de bom!

  16. nossa tudo que li aqui, desconfio que tenho esse tal bordelini , ja magoei muitas pessoas , ja tive muitas perdas materiais , nocios sem pensar agir com irresponsabilidade total e nao conseguir ver isso , meu humor na mesma horas que ta bom ja muda do nada….nao consigo me desligar do meu passado triste, carrego isso a vida toda, nao consigo ser feliz 100% nossa é horrivel uma coisa que nem sei explicar , as vezes penso porque nao consigo ser feliz? as vezes passo um tempo bom mas derepente nao me sinto bem e começaç tudo de novo, magoo as pessoas que eu amo e fico mal com isso mas qdo vejo ja magoei nao tem mais jeito nossa é terrivel, mas gostei muito de ler isso aqui pq consegui enxegar muita coisa em que vou tentar melhorar.

  17. Olá pessoal, tenho 30 anos sou casado e pai de 2 meninas, bom sempre fui meio pessimista,sempre fui muito de alterar meu humor, de mudar muito de opinião e de nunca conseguir terminar algo que tenha começado, e isso tudo vem me frustando ao longo da minha vida, estou com minha esposa a´ 07 anos e nesse meio tempo eu fui piorando meu jeito de ser, não sei se é porque ela é a pessoa mais próxima a mim que eu acabo descontando tudo nela, fora as diversas vezes que sai de casa, e mesmo ela não me dando motivos para desconfiar dela eu sempre desconfio dela e sempre venho botando a tona nossas diferenças do passado.
    Acabo sempre fazendo besteira e magoando todos a minha volta, acabo faltando com amor e paciência com as minhas próprias filhas. As pessoas já estão cansando de mim e eu sinto isso, mais só que na verdade não tenho intuito de fazer nada disso, as vezes me da uma loucura e eu fico assim!
    – Ando tendo paranoias do tipo que se a minha mulher não deitar-se junto comigo fico irritado, se não rolar amor fico com ódio e outras coisas. Nesse tempo que estou com ela eu entrei mais forte ainda na bebida e com consequência acabei entrando na cocaína.
    Hoje em dia eu faço tratamento mais eu sei que não é nem bebida e nem droga porque eu consigo ficar sem beber e sem usar drogas sozinho sem o auxilio de nem um tipo de remédio, e de uns dias pra cá minhas crises se aumentaram vontade de chorar constante de sumir e até mesmo querer morrer, isso esta acabando comigo e com as pessoas a minha volta!
    – Foi quando 1 dia eu pesquisando sobre problemas mentais e li um artigo sobre os borderline, e nesse testo eu lendo em voz alta para a minha mulher ouvir tanto eu quando ela nos espantamos com a semelhança entre oque estava escrito ali e oque eu ando vivendo no momento.
    Detalhe que se você m,e conhecer e conversar comigo aparentemente vera que sou uma pessoa amável inteligente e que se expressa bem, minhas palavras são bonitas mais minhas atitudes são totalmente contrarias, basta você conviver comigo que logo vera que sou uma pessoa esquisita e difícil de se conviver, sei que sou uma pessoa boa e que não desejo a maldade para ninguém mais mesmo assim acabo magoando as pessoas que me amam,tenho medo de perde-las mais ainda e isso não chega nem no começo da minha história, fora as coisas materiais que venho perdendo as amizades e muito outras coisas.
    Desculpem-me foi mais um desabafo e espero que se alguém se encontra em uma situação como eu procure ajuda, pois se não poder ar perder as pessoas que você mais ama tais como; amigos familiares filhos esposa e etc até mesmo seu emprego se tornará um nada sem perspectivas futuras.

  18. Foi-me diagnosticado TPB há mais ou menos dois meses. A minha vida mudou a todos os níveis, porque apesar do meu comportamento e atitudes não terem mudado, parece que depois de ler tudo aquilo que a internet, as revistas, e reportagens falam sobre nós senti-me inferiorizada e com medo de abrir boca seja para o que for. Estou a frequentar uma formação que me está a dar imenso trabalho e ainda bem pois assim ocupa-me a cabeça a tempo inteiro. Quando estou sem trabalho, é quando tenho estes pensamentos todos confusos na minha cabeça que não me largam e me deixam sempre de cabeça baixa. Tenho uma pessoa que me está a ajudar muito e que sabe da minha doença mas apesar disso não me virou a cara e é a pessoa mais carinhosa que já alguma vez conheci em toda a minha vida. Em contrapartida não me consigo relacionar com mais ninguém porque tenho receio de magoar as pessoas que estão à minha volta. Não é fácil estar a pensar e repensar em tudo antes de falar. O que mais dói é eu me lembrar de como eu era…. tão alegre e tão feliz…. até aos meus dez anos de idade. Aos 12 foi-me diagnosticada a primeira depressão, aos 16 a segunda depressão e aos 21 a terceira depressão + uma operação à coluna lombar devido a uma hérnia discal(neste momento tenho já outra hérnia e escoliose na coluna, limitações para o resto da vida). Até que aos 24 anos eu assumo dizer a verdade que nunca tive coragem de dizer à minha psiquiátra mas sempre senti, achando ser normal sentir devido às depressões que tinha sofrido!!! Mas afinal, apesar de também terem contribuído para tal, o meu problema era TPB. A partir dos meus dez anos a minha vida não foi mesmo nada fácil…e agora vivo na sombra dos meus atos passados e presentes e sempre na constante dúvida de como serão os meus atos futuros.

    Deus tem-me ajudado muito!!!

  19. gostaria de receber por email,toda esta página pois tenho uma sobrinha c esse problema e minha família está sofrendo muito c o sofrimento dos pais .Pelo amor de Deus envie p mim.desde já agradeço.Atenciosamente .Margareth

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